quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Quando o Mar Bate na Rocha…

Não é nossa intenção estar constantemente a carpir as nossas mágoas, mas…
Os empresários da Baixa Pombalina são resistentes de longa data, mas ultimamente as realidades que estão a ser vividas são inexplicáveis numa sociedade dita de diálogo e democrática. Um dos objectivos da presente vereação da Câmara Municipal de Lisboa, com um mandato de dois anos a terminar agora, era a retirada do trânsito automóvel individual (TI) de atravessamento da Baixa, favorecendo em contra-partida o transporte colectivo (TC). Tal objectivo só poderia ser concretizado caso a cidade de Lisboa tivesse, nos últimos 30 anos, construído vias circulares, com centro no Terreiro do Paço logicamente, que permitissem ao TI não passar pelo centro mas sim encurtar caminho atravessando as radiais que partem do centro (Av. 24 de Julho/ Av. Ribeira das Naus, Av. Liberdade, Av. Almirante Reis, Av. Infante D. Henrique, etc). Constata-se que, para cúmulo do disparate e benefício de alguns, resolveram desenvolver a zona oriental da cidade, com o afluxo de centenas de milhares de pessoas e automóveis sem primeiro terem criado as infra-estruturas das vias circulares. Como é que esperavam que os utentes do Parque das Nações se deslocassem para a zona central e ocidental da capital? Logicamente pelo caminho junto ao Rio Tejo, cuja realidade é uma característica de Lisboa. Querer comparar Lisboa a Évora (paradigma da mobilidade e do controlo do trânsito) é o mesmo que comparar Barcelona com Badajoz.
Até à construção das vias circulares que permitam os fluxos de trânsito de poente – nascente e vice-versa, propomos
1. O fim dos constrangimentos actuais no troço Av. Ribeira das Naus – Santa Apolónia; A construção de 2 rotundas - uma no Cais do Sodré e outra no Campo das Cebolas;
2. Permitir o trânsito de TI na Rua do Arsenal, em conjunto com o TC, a partir do Largo do Município;
3. Construção dum grande parque de estacionamento na Rua do Crucifixo, com entrada pela fachada do Restaurante Palmeiras, encostado à estação do Metro Baixa - Chiado. Este edifício é Património Municipal, logo se a CML não tem meios financeiros para fazer obra pode optar por uma parceria público – privada negociando convenientemente o contracto de exploração do parque. Este espaço fica por baixo de uma das colinas do Chiado, logo com as soluções que a Engenharia põe hoje à disposição qualquer dimensão para um estacionamento é possível neste caso.
Todos estes episódios de reduções no trânsito, fecho de ruas e do Terreiro do Paço, juntamente com previdências cautelares e Tribunais são situações evitáveis que só prejudica quem fica entalado no meio destas tricas – o Comércio estabelecido e os utentes que se desmotivam de continuar a frequentar esta zona histórica e comercial.
Esperamos bom senso e vontade de bem governar a Coisa Pública quer do Governo Central quer da Autarquia pois a História relembra sempre, mais tarde ou mais cedo, os responsáveis.

A Direcção

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